Descrição
Neste artigo analisamos como Raduan Nassar, em “Um copo de cólera”, trata do Mal em seus aspectos políticos se valendo dos elementos da pastoral, contudo apresentando desviantes que apontam para a impossibilidade do isolamento total do mundo exterior. Tal movimento de fuga acaba sendo uma metáfora para o desencantamento do mundo sob a opressão de um regime que, segundo Giorgio Agabem em “Estado de exceção”, provoca sentimentos de “impotência e desamparo”, caracterizado no romance pelo embate do casal. Porém, tal pastoral é falha porque não impede o desespero e a violência provocados pelo Mal que paira sobre o mundo e amplificado pela ditadura então em vigor.