Descrição
Apresentamos algumas indagações acerca da desigualdade social, racial e de gênero que a pandemia do novo coronavirus não permite escamotear. A pergunta que orienta este artigo é: em que medida a atual crise pandêmica se atrela à caraterística particular da formação social brasileira engendrada a partir, e em função, do colonialismo e de suas relações sociais de produção pautadas pela imbricação de gênero, raça e classe? Seguimos algumas pistas deixadas por Frantz Fanon e Lélia Gonzáles para examinarmos o desenvolvimento do capitalismo brasileiro, que não mediu esforços para manter uma matriz econômica colonial, ao mesmo tempo em que assegurou a existência tanto do racismo e preservou a violência patriarcal, especialmente contra as mulheres negras.