Descrição
Este trabalho examina as inter-relações entre as funções lógicas do nonsense no discurso de Alice através do Espelho, de Lewis Carroll, e seus efeitos assimétricos e lúdicos mediados pela palavra celebrada pela técnica, imaginação e fantasia. Nossa hipótese prevê uma leitura possível de existência de orientação externa aos falares e acentuações, no pensar de Bakhtin, que o escritor Carroll inaugura em seu trabalho de estratificação verbal discursiva a ser legitimado pelo ato de narrar entre dois limiares, o semiósico e o linguístico. Guiada pela lógica especular, a palavra nonsensical passa a ser uma voz interativa no discurso. Neste caso, o compromisso da palavra na narrativa carrolliana não-finalizada se remete à anti-lógica da linguagem, não mais única, mas celebrando as leis da prosa poética pelo imaginário.