Descrição
Ódio, medo, inimigos, terroristas, crimes, violências. Esses léxicos têm sido a materialidade discursiva que cimenta a construção da imagem pública política do presidenciável Jair Messias Bolsonaro. Partindo de uma densidade política modesta, subestimada como modelo de rápida desidratação, para um fenômeno político, que traz à tona um esfacelamento da democracia, um projeto conservador, um aprofundamento do neoliberalismo, Bolsonaro fabrica a retórica do “cidadão de bem”, estimula o ódio e fomenta o medo, violando direitos e garantias fundamentais. Dessa forma, tomando como aporte teórico os conceitos de Poder Simbólico em Bourdieu, das noções de Gênero em Scott, da Disciplinarização em Foucault, do Ressentimento em Elias e do Simbolismo em Mauss, a presente produção textual tem como objetivo partir de um dado empírico, isto é: uma entrevista concedida a um canal aberto de televisão, RedeTV!, para refletir sobre as materialidades que compõem o capital político do então deputado federal, cuja retórica é assentada nas relações de opressão, sobretudo, referentes às expressões de gênero e às práticas sexuais. Portanto, pode-se afirmar que o discurso de Bolsonaro, eivado de ódio, torna propenso atos de preconceito e acentua os modos de agir segregatórios.