Descrição
A escolha do entrevistado, o ângulo da câmera, o enfoque do tema, o texto narrado são alguns dos elementos que enquadram e (re)constroem o real na produção de uma reportagem de TV. Fala-se, então, em jornalismo enquanto Representação da Representação. Partindo dessa ideia, o presente estudo propõe analisar descritivamente as formas de representação de transexuais e travestis nesse artefato cultural, a partir de um corpus de dez reportagens veiculadas pela Rede Globo e afiliadas – com base no método proposto pela autora Vânia Costa (2015). A definição do veículo seguiu a classificação de audiência e o material foi coletado da internet. O estudo toma como base teórica os Estudos Culturais em telejornalismo e os Estudos de Gênero e demonstra uma quase ausência de visibilidade na questão do/da transgênero, seja enquanto fonte, tema, enfoque ou personagem. A partir da análise realizada, observa-se que, quando a questão é discutida, traz uma cobertura pontual (agenda) ou o reforço de um “bom exemplo”. Ficam à margem, a desigualdade e a violência enfrentadas diariamente.