Descrição
Este artigo busca trabalhar a importância do diálogo entre a agroecologia e os ecofeminismos para a promoção, tanto da teoria como da prática, do desenvolvimento sustentável, que seja capaz de superar a lógica de dominação imposta no modelo de desenvolvimento atual. Realizamos um levantamento de pesquisas realizadas com os temas sobre: ecofeminismos, mulheres e agroecologia. As teorias ecofeministas buscam compreender a relação de dupla dominação que ocorre interligada em nossas sociedades: a dominação sobre a natureza e sobre as mulheres. A pesquisa bibliográfica nos informa que, historicamente, as mulheres desenvolveram percepções e habilidades mais ecológicas do que os homens. Essas percepções e habilidades teriam sido preservadas nas mulheres camponesas. Todavia, a bibliografia também nos revela que, a mesma cultura que permitiu a conservação desses saberes nas mulheres, é uma cultura enraizada no patriarcado, em relações de opressão e autoritarismo. Sendo assim, mesmo que as mulheres tenham esses saberes, elas sofrem diversas restrições como, por exemplo: falta de assistência técnica, crédito, posse da terra, sobrecarga de trabalho, impossibilidade de participar do planejamento produtivo das unidades familiares, etc. Tendo isso em vista, para que possamos promover o desenvolvimento sustentável é imprescindível que compreendamos a realidade das mulheres do campo, para que as mesmas possam participar de forma efetiva na construção de sociedades mais sustentáveis.