Descrição
Neste artigo, serão analisadas as estratégias de representação das personagens principais dos contos Verdadeira estória de um amor ardente (1986) e A moça tecelã (2001) da escritora Marina Colasanti. A partir da discussão da perspectiva platônica de mundo sobre cópia e simulacro, mostraremos as subversões presentes em cada uma das narrativas apresentadas e analisaremos as visões masculinas e femininas sobre o amor representadas nelas. Além disso, pontuaremos as diferenças e as semelhanças na estrutura de cada conto e analisaremos como a temática abordada faz parte daquilo que convencionalmente chamamos de realidade. Para refletir sobre as representações presentes nos contos, serão acionados os pensamentos de Gilles Deleuze em Platão e o simulacro (2000) e A literatura e a vida (1993), de Antoine Compagnon em O mundo (2012) e de Roland Barthes em Aula (1977). Na discussão sobre a visão masculina e feminina do amor, a própria autora dos contos, em alguns ensaios da obra E por falar em amor (1984) nos apontará caminhos interessantes para possíveis reflexões. Propomos também, discutir os efeitos da solidão, tema presente nos contos. Nessa discussão não deixaremos de fazer o recorte racial. Para isso, acionaremos a reflexão feita por Ana Claudia Lemos Pacheco em sua obra Mulher negra afetividade e solidão (2005).