Descrição
A discussão empreendida se objetiva em estudar a obra literária Primeira carta aos Andróginos (1975), com o interesse de revelar corpos não permitidos pelo regime civil militar durante as décadas de 1960-80. Nota-se, portanto, que a androginia se constitui como elemento que pulveriza os binarismos e rasura o padrão de masculinidade vigente. O teor homoerótico, enquanto instância de resistência, será correlacionada à escrita (auto)biográfica de Aguinaldo Silva, o autor. Sendo assim, tem-se como aportes as premissas de Barcellos (2006), Souza Júnior (2007) e Foucault (2010), privilegiando as noções de homocultura e homoerotismo. Nesse viés, ao se constituir de análise conceitual, esta análise enviesa outros olhares e notações, privilegiando a expressão dos sujeitos que foram suprimidos e tangenciados pelo cânone, protagonizando o discurso sobre a afetividade e subjetividade homoeróticas. Como resultado, nota-se que a transfiguração de discursos sagrados para figurações profanas se constitui como fator de resistência e subversão. Palavras-Chave: Aguinaldo Silva; Homoerotismo; Profano; Resistência.