Descrição
Este artigo examinará os usos da teoria da identidade narrativa de Paul Ricoeur aplicados ao estudo de A Convidade (L’Invitée) de Simone de Beauvoir e demonstrará que há paralelos significantes entre as perspectivas filosóficas dos dois autores. A noção de identidade é central tanto para o romance de Beauvoir quanto para a filosofia de Ricoeur. Enquanto uma existencialista, Beauvoir é inspirada bem mais pela noção de identidade baseada na ação e experiência prática do que em qualquer premissa essencialista. De forma similar, a filosofia de Ricoeur é geralmente vista como uma “filosofia da ação humana”, uma interpretação que, em primeiro plano, ressalta a importância da intersubjetividade em sua aproximação ao conceito de si-mesmo e à identidade. Este artigo propõe trazer nova luz às possibilidades interpretativas de conceitos usados por Ricoeur, tais como o sentido de independência do termo si ou próprio ou si-mesmo, relacionando-os com o reconhecimento da alteridade no romance de Beauvoir.