Descrição
O Brasil experimentou uma (re)avaliação da sua história oficial com a instalação da Comissão Nacional da Verdade (2012-2014), no momento em que a mídia aparece como uma das instâncias catalisadoras e engendradoras da história na sociedade. Neste texto, identificamos de que maneira os jornais Folha e O Globo se posicionaram discursivamente nesse período, quando se propunha uma (re)discussão do passado do país. Aqui, partimos das publicações sobre o caso do jornalista Vladimir Herzog, um dos mais emblemáticos e controversos da Ditadura Militar. Observamos que O Globo buscou acompanhar os discursos autorizados e oficiais através de uma pretensa objetividade, enquanto a Folha se colocou como protagonista para uma mudança da história em curso, assumindo posições claras, opiniões contundentes e tensionamentos discursivos.