Descrição
Este texto apresenta algumas elaborações sobre a noção de patrimônio a partir de suas conexões com a sacralização doméstica. Trata-se de refletir sobre a ascendência do patrimônio como legado espacial e temporal da casa, enquanto entidade familiar, a ser transmitido para as gerações futuras. As formulações de Michel Leiris sobre o sagrado cotidiano ajudam a revelar a força sacralizante da domesticididade atuando como vetor de transfiguração dos usos e sentidos banais de determinados objetos. Um dos principais desdobramentos do argumento é identificar um possível movimento de derivação do sagrado público (patrimonial, oficial etc) a partir de um sagrado doméstico.