Descrição
Pela compreensão histórica do passado o ser humano alcança uma visão do mundo muito mais abrangente e profunda do que a que se fundamenta apenas na sua experiência concreta. Na investigação em educação histórica, que se preocupa com a promoção do pensamento histórico dos alunos, ganhou recentemente importância a questão da formação da Consciência Histórica na abordagem ruseniana, no sentido de dar relevo à necessidade de fazer da História um saber estruturante para os jovens e usável para uma melhor orientação no tempo. Foi com essa preocupação que o Projeto Hicon, “Consciência Histórica - Teoria e Práticas” I e II (2003 a 2011), em Portugal, procurou encontrar respostas fundamentadas à questão “que consciência histórica revelam os jovens em situação de escolaridade?”, no âmbito de países lusófonos. Com essa finalidade, num dos estudos solicitou-se a jovens com idades entre 15 e 17 anos a produção de duas narrativas acerca da História contemporânea, uma sobre o seu país e outra sobre o Mundo. Neste artigo, discutem-se os dados fornecidos por alunos de escolas portuguesas e moçambicanas, numa análise indutiva orientada para a compreensão de sentidos de identidade, conceitos de mudança histórica e significância da História para a vida dos sujeitos, considerados como alguns dos elementos constitutivos da consciência histórica. Os resultados dessa análise de dados dos dois países foram comparados qualitativamente, refletindose sobre convergências e divergências de perspectivas indiciadas nas produções dos jovens.