Descrição
Neste ensaio, leio o primeiro romance de Manuel Puig, A traição de Rita Hayworth, publicado em 1968, destacando o movimento de contar e recortar filmes, que será recorrente na trajetória ficcional do escritor argentino. Enfatizo o caráter potente desse artifício na construção de um projeto romanesco alinhado com a literatura moderna, ao mesmo tempo em que captura um universo tido como alienante e extraliterário, advindo dos filmes de Hollywood, folhetins, radionovelas, tangos, boleros, etc. Tal fricção entre a sofisticação do romance moderno com os artefatos da indústria cultural, ao mesmo tempo, convoca um novo olhar para as relações entre a literatura e o cinema.