Descrição
Este artigo tem o objetivo de analisar a intermitência luminosa no cinema de horror. Busca-se ponderar acerca de suas funções narrativas e estéticas e de sua recorrência, e espera-se localizar suas raízes e desdobramentos no âmbito da história do cinema. Ao tomá-la como figura exemplar dentro de uma tradição do horror que se consolidou a partir da segunda metade do século XX, pretende-se estudar seus efeitos espetaculares tanto dentro da diegese quanto além da superfície da tela. Argumenta-se que as inventivas e consequentes ocorrências da intermitência luminosa no cinema de horror autorizam uma reflexão profunda sobre a postura do espectador, sobre seu olhar e sua fisicalidade, bem como sobre a configuração do próprio dispositivo cinematográfico. Essas questões serão abordadas a partir de um corpus fílmico que se pretende amplo e variado, e mobilizarão perspectivas teóricas diversas com o intuito de delinear uma arqueologia possível da intermitência luminosa, entre a cintilância e a explosão, como forma horrífica espetacular.