Descrição
Neste artigo traçamos as afinidades entre os lugares de atuação musical e a formação de um segmento cultural particular – o dos músicos -, no período do Segundo Reinado. Estes lugares permitiam o acesso a posições de prestígio e, sobretudo, delimitavam os embates em torno do direito de poder afirmar quem pertencia ou não a este segmento. Pierre Bourdieu define esta questão como um dos pontos centrais da rivalidade literária, no nosso caso das rivalidades musicais, ou seja, o monopólio do poder de consagração dos produtores ou dos produtos, ou, mais precisamente, do poder de legitimação do músico.