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De histórias de vida a trajetórias partilhadas: o protagonismo das lavradoras e marisqueiras na construção da história das comunidades quilombolas da Baia do Iguape, Bahia
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Metadados
Descrição
Between 2004 and 2006, countless rural communities in Recôncavo Baianobegan to differentiate ethnically and racially, claiming the collective identity of “quilomboremnants”. Most of the quilombolaself-recognition processes in the region had been led by women, who were at the forefront of the social mobilization of their communities and the land struggle movement. They also became the main interlocutors of state agents involved with specific public policies for quilombos. Based on a common path of oppression experienced by black families in those lands, the new community leaders took the lead in the activities of territorial identificationand land regularization within a territory of six adjoining communities. Thus, before pointing out the geographical boundaries of the territory, these women actively participated in shaping the history of their communities, both past and present. A "patchwork" of similar collective memories was built based on their personal experiences –which were marked by violence, racism and poverty and exclusion –and risen as the banner for the struggle for social justice. Sharing both moral experiences of disrespectand indignation served as fuel for thegroup's ethnic-racial recognition and collective action. Therefore, the article seeks to present the emergence process of new community leaders in rural Maragojipe (Bahia) under two perspectives. Firstly, recording the leading role of black women, especially widows and divorced women, in the recent history of the Maragojipan quilombolacommunities by highlighting their discourses and strategies of action in the struggle for social reparation and agrarian reform. Secondly, presenting their gender perspectives on the difficult trajectory of rural quilombolas, contributing to the construction of women's history in the field in the post-plantation period.||Entre 2004 e 2006, inúmeras comunidades rurais do Recôncavo Baiano passaram a se diferenciar étnico-racialmente, reivindicando a identidade coletiva de “remanescentes de quilombo”. A maioria dos processos de autorreconhecimento quilombola na região havia sido protagonizado por mulheres, que se puseram à frente da mobilização social de suas comunidades e do movimento de luta pela terra, além de se tornarem as principais interlocutoras dos agentes do Estado envolvidos com as políticas públicas específicas para quilombos. As novas lideranças comunitárias também tomaram a dianteira nas atividades de identificação territorial e regularização fundiária de um território de seis comunidades contíguas, fundamentadas numa trajetória comum de opressão vivida pelas famílias negras naquelas terras. Assim, antes de apontar os limites geográficos do território, essas mulheres participaram ativamente da construção da história de suas comunidades, tanto do passado como do presente. A partir do compartilhamento de suas experiências pessoais, marcadas pela violência, pelo racismo e pela pobreza e exclusão, construiu-se uma “colcha de retalhos” de memórias coletivas semelhantes que se levantou como a bandeira de luta por justiça social. O compartilhamento tanto de experiências morais de desrespeito como da indignação diante da afronta a valores de justiça estabelecidos funcionou como combustível para o reconhecimento étnico-racial do grupo e para a ação coletiva. Diante disso, o artigo busca, apresentar o processo de emergência das novas lideranças comunitárias na zona rural de Maragojipe, Bahia sob dois prismas. Primeiramente, registrar o protagonismo das mulheres negras, sobretudo viúvas e divorciadas, na história recente das comunidades quilombolas maragojipanas, ao trazer suas vozes e estratégias de atuação junto às suas comunidades, na luta por reparação social e reforma agrária. E segundo, apresentar suas perspectivas de gênero acerca da difícil trajetória dos quilombolas da zona rural, contribuindo parauma construção da história da mulher no campo pós-plantation.
Periódico
Colaboradores
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Abrangência
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Autor
Zagatto, Bruna Pastro
Data
15 de dezembro de 2019
Formato
Identificador
https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/47685 | 10.22478/ufpb.2317-6725.2019v24n41.47685
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2019 Bruna Pastro Zagatto
Fonte
Saeculum; Vol. 24 No. 41 (jul./dez.) (2019): Dossiê - Mulheres, gênero e sertanidades; 298-317 | Saeculum; Vol. 24 Núm. 41 (jul./dez.) (2019): Dossiê - Mulheres, gênero e sertanidades; 298-317 | Saeculum; Vol. 24 No 41 (jul./dez.) (2019): Dossiê - Mulheres, gênero e sertanidades; 298-317 | Saeculum; v. 24 n. 41 (jul./dez.) (2019): Dossiê - Mulheres, gênero e sertanidades; 298-317 | 2317-6725 | 0104-8929
Assuntos
DADO AUSENTE NO PROVEDOR
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | Avaliado pelos pares