Descrição
No desenvolvimento de tecnologias de assistência circulatória conhecidas como corações artificiais um dos maiores desafios está associado à perfusão das células e distribuição do sangue pelo corpo de maneira harmônica, o que relaciona-se à preservação das células do sangue. Como substituir mecanicamente a função do bombeamento cardíaco de maneira eficaz, porém sem atuar como um "liquidificador celular"? Como performar mecanicamente a perfusão das células, mimetizando da melhor forma a fisiologia nativa/ideal? Além de explorar os desafios postos pelo sangue e sua atuação no sistema circulatório nativo, o intuito do presente paper é descrever e explorar os modos de compreensão do sangue na biomedicina e bioengenharia, bem como investigar suas aparições e como figuram nas práticas sócio-materiais laboratoriais por meio das quais tais dispositivos/corpos emergem. A proposta é informada por teorias voltadas para a materialidade e para as práticas, bem como por teorias feministas que problematizam concepções sobre o corpo e tendências simplistas de compreensão dos sujeitos.