Descrição
A sociedade contemporânea, também designada sociedade do conhecimento, é paradoxal. Nela convivem, e por vezes se confrontam, a potência ouro e a potência desespero, ladeadas por uma aparente igualdade de oportunidades no acesso à educação, ao direito, ao trabalho. Nessa sociedade, a pobreza, a fome, o desemprego, a vulnerabilidade, o risco e a incerteza cruzam-se, e raramente se encontram, com os elevados índices de rendimento econômico, o exercício do poder oriundo da posição social aliada ao capital financeiro, os luxuosos e elevados padrões de vida e de consumo daqueles que, sendo em número cada vez menor, mais possuem. As políticas sociais em execução têm tido um papel remediativo e não “curativo” dos processos de exclusão social (CONTI, 2010), potenciando um “ciclo vicioso” tanto do aumento da despesa pública, como da expansão da pobreza e da exclusão social, criando espaços de vulnerabilidade nos quais o cidadão apresenta evidentes traços de desgaste, inibindo sua participação na manutenção ou na mudança do sistema. O grande déficit de integração social precisa ser estudado e reavaliado cruzando evidências discursivas, vulnerabilidades reais e processos de construção do fatalismo funcional presentes na sociedade atual (CONTI, 2010).