Descrição
Apresenta-se neste artigo uma investigação empírica acerca das dimensões da autonomia associadas ao Programa Bolsa-Família do governo Lula. No espaço de visibilidade midiática (Jornal Nacional, Fantástico, Veja, Isto é e Folha de S. Paulo) esse programa é retratado por meio de frames que ressaltam as noções de paternalismo, filantropia, exclusão e auto-sustentação. Tais frames, além de articularem os argumentos de agentes políticos em uma deliberação mediada a longo prazo, aparecem também nas discussões entre as beneficiárias do programa através da realização de grupos focais em três regiões distintas da cidade de Belo Horizonte (Pampulha, Barreiro e Venda Nova), O embate argumentativo travado no espaço de visibilidade midíática é comparado à troca de pontos de vista gerada nos grupos focais a fim de identificarmos como a autonomia é entendida, elaborada e vivenciada. Verifica-se, então, as consonâncias e discrepâncias presentes nos modos de conceber e lidar com as políticas sociais de combate à pobreza que têm como objetivo vencer a dependência.