Descrição
Nos túneis do metro cruzam-se pessoas do mundo inteiro, onde se apresentam pela diversidade de rostos, corpos, idades, vestes, cores, poses e posições, numa alargada sociologia visual. Nos limites do espaço proxémico, há pessoas ao telemóvel, no tablet, a ler, a carregar malas, a segurar bebés, protegidos por auscultadores ou perdidos em olhares distantes. Multidão anónima que segue o movimento urbano na urgência da distância e do tempo, como fluxos ou fantasmas. O projeto de desenho De Lignes en Ligne, com início em 2009, desencadeado por Nicolas Barberon e influenciado por Annaïg Plassard, tem por objetivo desenhar o quotidiano do metro de Paris e do RER. Desde então, um coletivo de desenhadores de diferentes origens, partilha online os desenhos realizados nas diferentes linhas e estações. O interesse de desenhar no metro promove essa captura da forma e do espirito de uma época, que nos lembra o ensaio “Le Peintre de la Vie Moderne" de Baudelaire, para quem o artista é um observador atento e crítico, que interpreta e retrata a acelerada transformação da experiência urbana moderna.