Descrição
Caracterizadas como atividades de lazer pautadas pela resistência e subversão da mentalidade conservadora vigente entre as décadas de 1950-80, as práticas do surfe e skate se transformaram em modalidades olímpicas estreantes na edição de 2020, com sede em Tóquio, Japão. Este artigo visa, através de discussões de cunho teórico sustentados pelo viés da Análise de Discurso, compreender de que forma as transformações conceituais (de brincadeira a esporte olímpico) impactaram nas duas práticas bem como se refletiram no discurso construído sobre ambas. Para construir o plano de fundo da discussão, utilizamos os conceitos de mentalidade, identidade e imaginário, sustentados por Sandra Pesavento e Branislaw Baczo, articuladas com as reflexões historiográficas de Eric Hobsbawm. No âmbito da Sociologia do Esporte, as discussões conceituais se desenvolveram com base em uma variedade de autores, tendo como principais Norbert Elias e Eric Dunning, Roger Caillois, Johan Huizinga, Manoel Tubino, Valdir Barbanti e Roland Barthes. Muito mais do que concluir, o que nos interessou neste caso foram os questionamentos levantados, que permitiram construir reflexões importantes a serem analisadas empiricamente no momento de suas disputas nas Olimpíadas de 2020.