Descrição
Este ensaio versa sobre as implicações entre o agente que pesquisa e o objeto pesquisado, compreendendo-as como um fenômeno comum a pesquisas em que os critérios de seleção dos sujeitos correspondem a características idênticas às do pesquisador. Defende que essa ordem de similitudes exige redobrada vigilância epistemológica, das formas de abordagem do campo de pesquisa ao tratamento das informações. Inspira-se no pensamento de Pierre Bourdieu, a respeito de duas questões metodológicas centrais: o uso da investigação como instrumento de “auto-socioanálise” e o trânsito entre o ponto de vista do agente pesquisado e o ponto de vista do agente pesquisador. Conclui-se que a tensão entre subjetividade e objetividade é inerente ao estudo do mundo social, no qual todos estão inevitavelmente implicados, e que os prováveis motivos de visibilidade deste tensionamento na pesquisa educacional devem-se à natureza dos problemas sociológicos trabalhados e ao fato de alguns autores assumirem explicitamente a motivação pessoal de seu interesse por construir conhecimento sobre determinados temas.