Descrição
Interroga-se a construção da atuação realista, especialmente no que diz respeito à poética do corpo, trabalhando a hipótese de que o ponto de partida deve estar na aleatoriedade da forma e do jogo para que o encontro com o enquadramento diegético se dê ao acaso. Para sustentar esta hipótese, descreve-se práticas de pesquisas laboratoriais, evidenciando as operações de extração e condensação de um significante para a construção do enquadramento diegético. São utilizadas proposições de Anne Bogart e Jacques Leqcoq, bem como a interface com outras áreas do conhecimento, como a Psicanálise de Jacques Lacan. Chega-se à conclusão da necessidade de um material que funcione como desestabilizador do arranjo, permitindo ao ator ser atravessado por uma experiência real cujas reações serão situadas, pelo olhar do espectador, no contexto diegético.