Descrição
Resumo: Neste ensaio pretendo articular antropologia e história a partir de uma proposição cosmopolítica inspirada em Bruno Latour (2002, 2007, 2015) e Isabelle Stengers (2002, 2007, 2009). A ideia é tentar conectar alguns problemas levantados por esses autores para pensar o reservamento, ação engendrada pelo Estado brasileiro em MS de 1915 a 1928, quando reservou ínfimas porções de terras aos Kaiowa e Guarani em MS, configurando um fim de um mundo, o rompimento de uma relação do pensamento com o mundo que os obrigou a composições possíveis, parciais, como estratégias de sobrevivência, como, por exemplo, as composições com as escolas e os movimentos sociais indígenas. Diante deste cenário, como que por invocação de Gaia, enquanto ser, enquanto um planeta vivo, as retomadas se configuram como recriação de outros mundos quando saem das áreas de reserva e com luta recuperam seus tekoha, suas terras tradicionais, suas relações com os seres e divindades e com seus saberes, como uma estratégia de composição para sobrevivência em tempos de fins.