Descrição
O presente estudo dedica-se a refletir a respeito de uma certa tendência do nadismo, constituinte ao Novo Cinema Argentino, decorrente de um país, por vezes, impregnado de duras políticas (rastros e restos dos períodos ditatoriais instituídos até 1983 e da implantação sucessora de um governo neoliberal). Identifica-se um clima de apatias e depressões que se inscreve nos presentes filmes em estudo (La Ciénaga (2001) e La Niña Santa (2004), de Lucrecia Martel). Assim, as personagens são enclausuradas no ambiente doméstico, acomodadas e tombadas numa reiteração horizontal dos corpos, oprimidos por normativas sociais em que as instituições familiares, políticas e religiosas se entrelaçam e criam quadriculamentos cotidianos – que não configuram saídas, apenas mobilidades de vertigens, acarretando em implosões e paisagens anestésicas.