Descrição
Entre 2010-2014, milhares de sujeitos provenientes do Haiti ingressaram no território brasileiro através das cidades acreanas fronteiriças a Bolívia e Peru. Neste transcurso, no diálogo com a recepção e com os discursos formulados sobre suas presenças no Brasil, esses sujeitos elaboraram formas diferenciadas de identificação. Neste estudo, buscamos compreender como esses diálogos repercutiram/repercutem na vida dos que vivenciaram tais experiências socioculturais em meio às tensões do debate jurídico/linguístico que gira em torno da “legalidade” de suas presenças/permanências no Brasil. Realizamos coleta e análisede entrevistas, reportagens de jornais e diversificados tipos de outros documentos alinhavados em uma proposta de reflexão sobre as narrativas produzidas sobre e por esses sujeitos. Essa proposta foi discutidas com base nas proposições de Stuart Hall, Paul Ricoeur, Hannah Arendt e Edouard Glissant, entre outros. Autores fundamentais para compreendermos algumas dimensões das violências e dos papéis destinados a populações de afrodescendentes no continente americano na atualidade.||Between 2010 and 2014, thousands of Haitian subjects entered Brazilian territory through the border cities between Acre and Bolivia and Peru. Through this path, in the encounter with the locals and dialoguing with the discourses about their presence in Brazil, these subjects elaborated different forms of identification. In this study, we seek to understand how these dialogues influence(d) the lives of those who experienced these sociocultural circumstances, in the middle of a tense juridical/linguistic debate centred on the concept of the “legality” of their presence/permanence in Brazil. We collected data through interviews, newspapers and various other materials, gathered with the purpose of reflecting on the narratives produced by and aboutthese subjects. Our approach was based on the works of Stuart Hall, Paul Ricoeur, Hannah Arendt and Edouard Glissant among others, who are fundamental authors to understand the level of violent stereotyping currently assigned to populations of African descent in the American continent.
