Descrição
O trabalho integra o conjunto de fontes sobre Elza Freire, denominado “Escritos Íntimos”, cujo recorte prioriza fragmentos de seus manuscritos num caderno de receitas. Há um arcabouço teórico-metodológico com base na escrita de si – fundamental à formação e às práticas docentes, e como forma de resistência. Tais manuscritos traçam percursos seus e de Paulo Freire – seu esposo, como leituras possíveis do real entrecruzadas a uma memória individual e coletiva. A abordagem qualitativa vincula a eles, subjetividades e objetividades, dando visibilidade a ela, de modo indissociável das relações entre pensar, fazer e sentir nos tempos/lugares de professora. Processos de pesquisa revelam fontes primárias com complexas e minúsculas relações entre Elza – a mulher, o mundo e as páginas nas quais se arquivou parte de sua vida; eles aguçam evidências empíricas que provocam o enlaçamento, a busca e o encontro de/com uma mulher que talvez quisesse se prender ao anonimato ou se libertar na conquista de si mesma. O teor sensível e o rigor acadêmico, ao abrir esse material, é como lidar com a alquimia de elementos potentes entremeados por temáticas igualmente fortes. Por fim, ao trazer fragmentos desses “Escritos Íntimos”, a escolha é não decifrá-los e sim se aproximar dos sentidos e significados neles contidos.
