Descrição
Neste artigo, objetivamos discutir sobre princípios de ética e relações de poder em pesquisas acadêmicas realizadas no âmbito da Linguística Aplicada. Para tanto, partimos de uma perspectiva decolonial de língua e ética e articulamos as reflexões aqui tecidas com interpretações de dados obtidos em pesquisa de cunho etnográfico realizada nas séries iniciais do ensino fundamental de uma escola pública da região sudeste do Brasil. Nossas discussões se originam a partir da constatação da relação controversa que pode se estabelecer entre universidade e escola, na qual uma instância é tida como produtora e a outra, como consumidora de conhecimentos. A partir de nossa análise, argumentamos que a pesquisa etnográfica que transcende a elaboração de conhecimentos sobre a escola, visando à construção de conhecimentos com a escola, tem grande potencial para promover interações mais horizontais e dialógicas entre esta e a universidade. Concluímos a discussão com alguns questionamentos e provocações acerca do fazer ético de pesquisa em Linguística Aplicada.