Descrição
Neste ensaio, tenho como objetivo construir uma compreensão sobre alguns desafios da Linguística Aplicada indisciplinar na formação docente (MOITA LOPES, 2006; 2009; CAVALCANTI, 2013; MILLER, 2013) que, em diálogo com as lentes decoloniais (MIGNOLO, 2003; 2005; QUIJANO, 2010; WALSH, 2013; MALDONADO-TORRES, 2019; GROSFOGUEL, 2019), apresenta perspectivas para uma formação de professores de línguas comprometida com a justiça social. Intercalo uma reflexão epistêmica em diálogo com as práticas que me engajo enquanto formador de professores de língua portuguesa na graduação e pós-graduação na área de Letras/Linguística Aplicada, mobilizando algumas cenas da sala de aula e pesquisas. Para isso, discuto o tema da Linguística Aplicada na formação de professores e a sua agenda crítica já assumida no contexto brasileiro; elenco alguns princípios dos estudos decoloniais, em especial da pedagogia decolonial; e proponho alguns “paraquedas coloridos” para a formação de professores de línguas considerando essas perspectivas. Ao fim, concluo com algumas implicações e desafios para uma formação docente orientada pela linguística aplicada interseccionada com os princípios discutidos, considerando estratégias que podem ajudar a “sulear” (FREIRE, 1992) uma educação calcada na esperança de um mundo social menos desigual.