Descrição
Esse artigo tem como tema as políticas de formação continuada no Brasil. A propagação de cursos de formação continuada pode ser compreendida como uma consequência da incompatibilidade entre a formação disponibilizada e as exigências do mercado, com uma proposta de formação do professor como um processo ao longo da vida. Com o objetivo de analisar os conceitos de formação continuada que subjazem as políticas educacionais relativas à formação continuada de professores, no Brasil, inicialmente faz-se uma reflexão acerca das abordagens e encaminhamentos dessa área, visando elucidar o debate teórico da área. No segundo momento, com base em um levantamento da legislação sobre a formação continuada no Brasil, a partir da Lei 9.394/1996, incluindo decretos, pareceres, resoluções, leis e planos nacionais da educação, utilizando como descritores os termos que denotam relação com esse tipo de formação indicados na pesquisa de Costa (2004), é realizada a análise crítica discursiva dos termos encontrados nos três níveis propostos por Meurer (2007): lexical, intertextual e social. Os resultados apontam que os termos utilizados para tratar da formação continuada vão de um universo no qual a aquisição de competências é o mote principal dos discursos ao daquele no qual o desenvolvimento de conhecimentos já adquiridos passa a ser evidente, sinalizando assim para uma progressiva padronização do uso do termo “formação continuada”. No âmbito social, o fortalecimento dessa área e o estabelecimento de padrões nacionais continuam como desafios no cenário educacional atual.