Descrição
Este texto problematiza a questão da identidade em dois documentários recentes
realizados no Brasil e na Argentina, Um passaporte húngaro (Sandra Kogut, 2001)
e Los rubios (Albertina Carri, 2003). Ambos os filmes foram realizados por mulheres, e,
sendo altamente subjetivos, são de certa maneira autobiográficos. Deste modo, suscitam
uma discussão sobre o papel do diretor na construção da narrativa, quando este se torna
protagonista do seu próprio filme, mostrando assim, explicitamente, a sua corporalidade
na tela de cinema. Intrínsecas a esta discussão são a questão do corpo e a da consciência
de si mesmo do diretor, enquanto preocupações centrais dos filmes de Kogut e Carri. Ao
estabelecer uma comparação entre Uni passaporte húngaro e Los rubios, este artigo pretende
mostrar diferentes perspectivas sobre a autobiografia no celulóide que, muitas vezes,se vêem ignoradas.