Descrição
Num diálogo entre a teoria dos gêneros do discurso de Bakhtin e seu Círculo e os multiletramentos do Grupo de Nova Londres, nosso objetivo é analisar a obra O Cabelo de Lelê (2012), de Valeria Belém (verbal) e Adriana Mendonça (imagens), na tentativa de entender como o texto subverte estereótipos da criança menina negra para formar uma identidade empoderada, desvelando possíveis relações de alteridade e responsividade (dialogismo). Acreditamos que a articulação entre ambas as teorias pode ajudar na compreensão do contexto social contemporâneo que exige novas práticas discursivas para um ensino multiletrado ao propor um possível movimento de leitura e análise dos aspectos multissemióticos que constituem o texto em questão. Além do imbricamento entre as teorias do Grupo e do Círculo, um terceiro eixo compõe o aporte teórico da pesquisa: o feminismo negro. Pudemos compreender, assim, a subversão do estereótipo e a formação da identidade empoderada da menina negra no fio dos sentidos sobre a beleza na revisitação da memória e da cultura do povo negro.