Descrição
O estudo do ensino oficial da história tem sido privilegiado na análise das narrativas sobre identidade nacional e raça, dado que as diretrizes curriculares e os livros didáticos sancionados pelo Estado espelham as concepções consensualizadas pelas elites académicas e políticas. Neste artigo, centramos–nos no ensino da história da escravatura em Portugal para analisar a despolitização deste processo histórico e a forma como é trivializada a sua relação com o racismo contemporâneo. Adicionalmente, face à resistência dos decisores políticos em aceitar a necessidade de se repensar o ensino da história, analisamos a emergência de iniciativas de educação informal dos movimentos sociais que procuram manter viva a memória histórica das populações racializadas, designadamente um projeto de Teatro de Oprimido, o Laboratório Ami-Afro, que tem sido desenvolvido na área metropolitana de Lisboa para abordar a relação entre raça, história, identidade e pertença nacional.