Descrição
O artigo parte de diferentes recepções do grupo escultórico Laocoonte desde a Antiguidade e suas repercussões nas produções artística e teórica sobre arte. A discussão apresentada explora a proposta de compreender a história da arte por Georges Didi”‘Huberman, segundo uma dialética na qual JohannJ. Winckelmann representaria, no século XVIII, uma antítese do modelo historiográfico artístico quinhentista de Giorgio Vasari. Winckelmann inaugurou um modelo que se pretendia objetivo e cujas premissas teórico”‘metodológicas permitiram olhar para a antiguidade clássica, valorizando a arte grega em detrimento da romana. Mas Aby Warburg escaparia a este grande desenho do mainstream da história da arte, lançando outro olhar sobre o antigo, sob uma proposta teórico”‘metodológica de diferente natureza. Assim, o artigo propõe pensar uma ligne de partage entre ambos os historiadores da arte que articula três entradas conceituais: o “retorno” ao/do antigo; o clássico e o pathos; o modelo de tempo da história da arte, que resultaram em leituras tão díspares do Laocoonte. O artigo pretende esboçar a questãoda repercussão da diferenciação desses três eixos conceituais nos dois historiadores da arte sobre a recepção do antigo pela historiografia da arte contemporânea.