Descrição
“O papel é o primeiro material. Frágil, transitório, efêmero. Sensível à ação do tempo. Contém a escrita, a poesia, os sonhos. Leveza necessária para a obra fluir.” Foi com esta descrição que o estilista brasileiro Jum Nakao introduziu à plateia sua interpretação da seleção e uso de materiais na confecção das roupas de sua ontológica coleção A costura do invisível, apresentada durante o São Paulo Fashion Week no verão de 2004. Sua apresentação, no ciclo Moda & arquitetura – um plano de viagem ao processo criativo, realizada em maio passado em Goiâ- nia, faz parte de um rol de serviços que o estilista divulga em sua página, www. jumnakao.com.br. Escrever a história do design de moda no Brasil, como toda pesquisa cujas fontes sejam em parte imateriais, é um desafio. As tentativas de datar e documentar os trabalhos de designers através da pesquisa e da publicação recaiu, sobretudo, na escrita biográfica ou em algumas raras, porém importantes, compilações de eventos, carreiras e das trajetórias de profissionais, marcas e indústrias ligadas à cadeia produtiva têxtil. Sabe-se mais sobre a história do design de moda no período posterior à década de 1950, que coincide com o governo de Juscelino Kubitschek, mas também com a criação da (talvez) primeira feira nacional do setor, a Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit), do que sobre o período anterior. A história da industrialização têxtil, setor em que se insere o designer do mundo moderno e (Continua...)