Descrição
La pregunta del porqué de la lectura parece hoy obsoleta o algo pueril o quizá desacertada en estos tiempos en que predomina la fórmula del para qué – ese modismo del lenguaje que solo expresa su más fiel servidumbre – en la cual incluso los recién llegados al mundo parecen haber sucumbido. Semejante cuestión no alude al conmovedor e insistente temblor de las entrelíneas, o a la incertidumbre que se instala delante y detrás de cada palabra, o porque valga la pena interrogar por el aliento y desaliento de lectura, sino más bien por el vacío que provocan las repeticiones sin voz, esa suerte de burocracia del alma que se yergue por delante de las dudas, el rumor sin sonidos, su consabida inutilidad en un mundo que sólo se precia y se jacta de las finalidades y de los provechos.||A questão do porquê a leitura hoje parece desatualizada ou um tanto pueril ou talvez equivocada nesses tempos em que a fórmula do para quê predomina – a moda da linguagem que apenas expressa sua servidão mais fiel – na qual até os recém-chegados ao mundo parecem sucumbirem. Essa pergunta não se refere ao tremor insistente e em movimento das entrelinhas, ou à incerteza que é instalada na frente e atrás de cada palavra, ou porque vale a pena interrogar pela respiração e desânimo da leitura, mas pelo vazio causado pelas repetições sem voz, esse tipo de burocracia da alma que está à frente das dúvidas, o boato silencioso, sua inutilidade habitual em um mundo que só se orgulha e se orgulha dos propósitos e benefícios.
