Descrição
Este texto tem como proposta argumentativa a relação do escritor Lima Barreto com a literatura que utiliza como matéria-prima os vilipendiados da sociedade. Seus escritos anteciparam as mudanças dos valores que balizaram a prática literária durante um longo período e ajudam a ilustrar com propriedade o rompimento da fronteira que delimita espaços, engessando a arte literária, que pretende ser aberta e libertária. Por um viés comparativo, os pressupostos teóricos aventados por Antonio Candido e Regina Dalcastagnè especularizam questões como autoria, autenticidade, autoridade e o papel do escritor nas questões relacionadas à subalternidade. Para tal proposta, há uma aproximação com o conceito de identidade discutido por Stuart Hall e Homi K. Bhabha que dá ênfase ao aspecto social do sujeito. Tais contingências procuraram expor o quanto prerrogativas barretianas anteciparam a inserção do periférico – aqui, especialmente, o louco – no processo de dinamização literária, tão pertinente ao quadrante moderno.PALAVRAS-CHAVE: Lima Barreto. Subalternidade. Identidade.