Descrição
O romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, é mais uma incursão no espaço que tanto excitou o imaginário brasileiro: o sertão. Um espaço movediço, sempre em fuga das expansões colonizadoras, refúgio dos que não se submetiam à dominação, à servidão, e ao baixo assalariamento? alternativa para aqueles que preferiam se colocar à margem, mas em liberdade (apesar de todas as leis e proibições, como a Lei das Terras, de 1850, que proibia a ocupação das terras devolutas do Estado). Por isso um lugar também do medo, perigoso de percorrer por causa da escória que ali vivia, e ameaça constante para aqueles cujas fortunas dependiam da exploração da mãodeobra alheia. Fugir para o sertão era escapar à coação ao trabalho, à vigilância e ao controle de feitores. Medo e liberdade, temor e aventura, sentimentos contraditórios que o sertão despertou no imaginário brasileiro, localizando em si o mistério, contraponto interior das luzes européias. (Continua...)