Descrição
O artigo propõe uma análise da obra Essa gente (2019), de Chico Buarque, que aborda a trajetória de seu personagem principal, o escritor decadente Manuel Duarte, a partir de uma perspectiva topológica. Duarte é o ponto de vista a partir do qual Chico Buarque observa o Brasil de Bolsonaro sem nomear Bolsonaro. Duarte também é, propõe o artigo, um malandro em uma sociedade que não é nem a retratada por Manuel António de Almeida em Memórias de um sargento de milícias, nem a retratada por Mário de Andrade em Macunaíma. Aqui, a violência exercida pelo poder assume uma presença constante que atinge o próprio Duarte.