Descrição
Este artigo ambiciona pensar a mediação cultural com base na relação de diálogo e tensão entre os programas realizados pelas curadorias das diversas linguagens para os seus frequentadores num espaço cultural institucionalizado e as derivas deste público nestes mesmos lugares. Quando dizemos programas, tratamos das programações elaboradas por curadores especializados, a partir de negociações com artistas e produtores de cultura para, a seguir, serem apresentadas ao público interessado naquela determinada linguagem artística ou manifestação cultural. Por derivas, entenderemos neste trabalho o entrar, o sair e o ficar num espaço que não tem a priori uma programação determinada, mas que mantém aberta ao sujeito a possibilidade de ocupá-lo concreta e simbolicamente. Tendo como pressuposto que não é possível tratar da mediação cultural sem tratar do papel do mediador cultural, analisaremos também este sujeito com base em seus saberes, suas atribuições e suas condições estruturais de trabalho como partes fundamentais dessa relação.