Descrição
Este ensaio busca intervir no debate sobre a presença da música no Memorial de Aires, de Machado de Assis, por meio de três argumentos. O primeiro é que as óperas a que o escritor pode assistir devem ter tido maior impacto sobre a sua obra do que óperas a que ele não pode assistir. O segundo é que o discurso e o repertório mobilizados pelo narrador-personagem desse romance devem ser tomados com tanta desconfiança quanto os mobilizados por outros narradores-personagens machadianos. E o terceiro é que a presença da música deve ser buscada no último romance do escritor antes no plano da sensação do que no do sentido.