Descrição
Em 1924 o Levante Paulista e a Coluna Paulista impactaram a política brasileira. Os conflitos armados entre militares se estendeu até 1925, e o desfecho foi a formação da Coluna Miguel Costa-Prestes que durou até 1927. Com o objetivo de colaborar nos estudos sobre essa temática, esse artigo trabalha com as memórias de um soldado legalista que participou do combate à Coluna Paulista no oeste paranaense. Suas experiências militares narradas em forma de pajadas, versos típicos da cultura gaúcha, foram registradas no Caderno de Anotações de outro soldado raso: Ernesto Baptista Tecchio. O guardião e interlocutor dessa memória não revelou a autoria dos versos, e por isso chamaremos o pajador de soldado desconhecido. Além de ser uma fonte inédita e excepcional, a escrita de si presente nos versos revela as impressões de um soldado raso diante dos conflitos armados entre legalistas e tenentistas. Testemunho privilegiado desses embates, olhar para a narrativa presente na fonte cria uma interessante articulação entre memória, escrita de si e as percepções do soldado que lutou contra os tenentes.