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Méritos e limites da teoria da escolha racional como ferramenta de interpretação do comportamento social e político||Merits and limits of rational choice theory as an interpretation tool of social and political behavior
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Metadados
Descrição
Este artigo traz uma releitura da teoria da escolha racional, em que se busca destacar a sua capacidade de auxiliar no entendimento das relações e problemas sociais. O objetivo principal é apresentar de forma clara e sintética, para distintos públicos das ciências sociais, os principais conceitos da teoria da escolha racional, usualmente colocada como teoria hard. A ideia é apontar as virtudes e restrições dessa teoria. Esta abordagem teórica considera como ponto central para a compreensão dos sistemas sociais a ação individual, a partir de motivações autônomas e racionais, considerando as instituições como os elementos informativos e conformadores das opções disponíveis para as escolhas individuais e/ou coletivas. Neste sentido, a racionalidade é vista como uma forma de maximização das preferências de agentes dotados de cálculo utilitarista. Tais preferências são dadas em função do grau de conhecimento sobre o conjunto de opções disponíveis. Assumindo a premissa da racionalidade, que supõe escolhas com o objetivo de satisfazer preferências e não de contrariá-las, a teoria da escolha racional considera que os indivíduos possuem a capacidade de fazer associações entre os meios, disponíveis e conhecidos, e os fins que almejam. Portanto, as escolhas racionais se aproximam de um ponto ótimo, em que pese a sua capacidade de atingir esse grau de satisfação. Em outras palavras, a utilização da racionalidade estrita no campo das escolhas sociais nem sempre fará com que os resultados esperados sejam ótimos e maximizadores da utilidade ou bem-estar. Pode ocorrer que ações racionais apresentem efeitos negativos não esperados em função das assimetrias informacionais, da posição no espectro decisório e/ou de erros de cálculo. Revisitar estes conceitos é o propósito deste artigo, de modo a oferecer ao leitor um entendimento mais acessível sobre os alcances e restrições da teoria da escolha racional.Palavras-chave: racionalidade, ação coletiva, escolha pública.||This article presents an approach to rational choice theory, with special emphasis on the capacity of this theory in helping to understand social relations and problems. The aim of this work is to present, in a clear and comprehensive way, the main concepts of the theory of rational choice to a social science audience, which usually sees it as a hard theory. The idea is to highlight the virtues and limitations of this theory. This theoretical approach considers the individual action performed according to autonomous and rational motivations as central to the understanding of social systems, and conceives institutions as the elements that inform and shape the options available to the individual and collective choices. In this sense, rationality is seen as a way of maximizing the preferences of agents who have utilitarian calculation capacity. Their preferences depend on their degree of knowledge or information about the set of opportunities available to them. Assuming this premise of rationality, according to which actions aim to satisfy preferences and not act against them, the theory of rational choice presupposes that individuals are able to make associations between the known and available means and the ends intended by them. Thus, rational choices approach an optimal point, despite their ability to achieve the desired degree of satisfaction. In other words, the use of strict rationality in the field of social choices will not always cause the expected results to be optimal and maximize usefulness or well-being. The rational actions may have unintended negative effects, depending on the informational asymmetries, the position in the decision-making spectrum and/or calculation errors. Revisiting these concepts is the aim of this article, as a way of providing readers with a more accessible understanding of the scope and restrictions of the rational choice theory.Keywords: rationality, collective actions, public choice.
ISSN
2177-6229
Periódico
Autor
Campos, Mauro Macedo | Borsani, Hugo | de Azevedo, Nilo Lima
Data
10 de fevereiro de 2016
Formato
Identificador
http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/view/csu.2016.52.1.12 | 10.4013/csu.2016.52.1.12
Idioma
Editor
Fonte
Ciências Sociais Unisinos; v. 52 n. 1 (2016): Janeiro/Abril; 100-112 | 2177-6229 | 1519-7050
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion