Descrição
Este artigo analisa as especificidades da narrativa ficcional de Josué Guimarães pelo viés da regionalidade. Partindo-se das declarações do escritor de que não se considerava regionalista, busca-se mostrar como os elementos regionais presentes em um obra costumam ser interpretados de forma equivocada, tanto pelos autores quanto pela crítica, cujos julgamentos implicam quase sempre em juízos de valor. A solução encontrada para explicar a presença dos aspectos regionais na produção ficcional brasileira parte, via de regra, pela oposição entre local e universal, considerando-se apenas a linguagem empregada e não o posicionamento do autor diante do espaço sociocultural representado. Assim, a partir das ideias de Barcia (2004) e Stüben (2013), procura-se definir a obra regionalista para, em seguida, demonstrar que a narrativa de Josué Guimarães, particularmente A ferro e fogo, pode ser investigada a partir de suas regionalidades internas, sem que os seus elementos regionais indiquem manifestações regionalistas.