Descrição
Neste artigo, abordo alguns textos de caráter autobiográfico dos escritores Jorge Luis Borges e Italo Calvino, com o objetivo de refletir sobre as formas pelas quais, nesses textos, memória e ficção são articuladas de forma a constituir ou alimentar uma espécie de “ficção familiar” que contribui para a instituição de um “mito biográfico” que se pode associar aos dois escritores, para recuperarmos expressões utilizadas por Beatriz Sarlo e Ricardo Piglia em seus estudos dedicados à obra de Jorge Luis Borges. Essa ficção familiar propõe uma genealogia que aproxima tanto Borges quanto Calvino do universo da palavra escrita e do mundo dos livros, reforçando a literatura como o “destino” previsível (se não o único possível) de suas vidas.