Descrição
Neste artigo problematizaremos as construções literárias que articulam concepções míticas em relação ao passado, elaborando sensibilidades do/no presente, ou ainda, um novo modo de ser frente à identidade cultural portuguesa, a partir da análise da obra O Conquistador, do português Almeida Faria. Nesse sentido, nossa proposta se ampara nas discussões teóricas sobre a pós-modernidade que, segundo as tendências críticas contemporâneas, é um momento que coloca em pauta de discussão novas questões, como: a impossibilidade de se determinar uma verdade sobre o mundo, a realidade enquanto construção ficcional, a dificuldade em definir o que é fundamentalmente literário, a problemática em torno das fronteiras que separam história e literatura, etc. Nossa hipótese é de que a narrativa de Almeida Faria pode ser encarada como um mecanismo que aponta para as naturalizações sobre a nacionalidade portuguesa, sua literatura, seus sentimentos, seu passado e seu futuro, bem como parte de uma prática dinâmica composta por diversas narrativas, em que as subjetividades, o íntimo, a história particular aparecem de forma a imprimir contrapontos referenciais e críticos às formulações míticas.