Descrição
Nomear partes de plantas é tarefa recorrente e atemporal em toda e qualquer cultura humana (GONÇALVES; LORENZI, 2007). No entanto, a terminologia empregada para tal tarefa tem sido historicamente dominada pelo grego e latim, línguas ainda amplamente utilizadas por questões de normatização. Enquanto expressões de povos plenamente adaptados aos seus ambientes, as línguas da família Tupi-Guarani deveriam conter referências à morfologia vegetal. O objetivo deste trabalho é propor uma análise da terminologia descritiva empregada em morfologia vegetal no Brasil e identificar a influência que as línguas da família Tupi-Guarani têm sobre ela. Essas línguas – tradicionalmente marginalizadas dos círculos científicos – apresentam grande influência na botânica devido ao vasto conhecimento que seus povos têm sobre a flora brasileira.