Descrição
Este artigo discute alguns dos resultados de duas pesquisas de pendor qualitativo realizadas em Portugal sobre as trajetórias de vida singulares de mulheres ciganas, a partir da perspetiva das próprias. Trata-se de uma perspetiva de análise ainda pouco explorada teórica e empiricamente, evidenciada em processos que rompem com o papel de submissão da mulher cigana e quase sempre implicam afastamento e/ou punição por parte da suas famílias. Geralmente, os estudos ciganos tendem a atribuir à mulher um papel central na cultura cigana, contudo, os resultados mostram que ela dispõe de pouco espaço para afirmação da sua individualidade pelo controlo e vigilância exercido pelo grupo de social de origem.