Descrição
Durante as últimas três décadas do século XVIII, foram produzidos vários mapas populacionais nas possessões portuguesas e espanholas na América. A preocupação com a estatística constituiu peça fundamental de uma nova arte de governar que se estabeleceu nesse contexto. A partir de dois mapas populacionais produzidos em 1778 e 1797 e de uma estatística demográfica coligida no limiar dos anos 1820, examinam-se, neste artigo, as transformações operadas no quadro demográfico do antigo Estado do Grão-Pará e Rio Negro. Para tal, o texto encontra-se estruturado em três seções. Na primeira delas, apresentam-se considerações gerais sobre as leituras clássicas acerca da formação econômica e social da Amazônia e o contexto de produção das estatísticas demográficas na região. Na segunda seção, analisam-se as transformações gerais no quadro demográfico daquele Estado. Na terceira e última, a partir de alguns estudos de casos, reduz-se a escala de observação e vislumbram-se essas transformações à luz de propriedades específicas.