Descrição
Partindo dos conceitos de acontecimento e de simultaneidade, o artigo examina como foi narrada, por quatro jornais, a exumação do corpo do presidente João Goulart, desde a remoção dos restos mortais do cemitério em São Borja/RS (novembro de 2013), até a divulgação do laudo final (dezembro de 2014). Verifica-se como a exumação serve para tratar de memória nos níveis local, regional, nacional, pensando simultaneamente em: 1) Ditadura (acontecimento fundador); 2) Jango (sujeito que liga passado e presente); 3) Exumação (acontecimento novo). As metodologia empregada é a análise qualitativa dos textos e da nucleação de sentidos em torno do sujeito Jango, da exumação e do passado ao qual está vinculada. Dentre os resultados, são detectadas diferenças entre a dramatização dos jornais locais, a estetização da tecnicidade do jornal regional e a moralização da política do jornal nacional.